POLÍCIA

PF apura candidaturas fictícias no Podemos de São Luís em operação contra desvios do fundo eleitoral

Partido presidido pelo deputado federal Fábio Macedo é alvo de investigação por suposto uso de candidaturas laranjas nas eleições de 2024

A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (14), a Operação Malversador, com o objetivo de investigar um suposto esquema de candidaturas fictícias utilizado para desviar recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) durante as eleições municipais de 2024 em São Luís.

A investigação teve início a partir de uma notícia-crime que indicava a atuação de uma organização criminosa ligada ao partido Podemos. A operação cumpriu 11 mandados de busca e apreensão na capital maranhense. O partido é presidido no estado pelo deputado federal Fábio Macedo (Podemos-MA).

Segundo a PF, documentos ideologicamente falsos teriam sido utilizados para viabilizar os desvios. Uma das candidatas identificadas recebeu R$ 300 mil do fundo eleitoral e obteve apenas 18 votos. O caso levanta suspeitas de que a candidatura teria sido registrada apenas para cumprir a cota de gênero e permitir o redirecionamento irregular de verbas públicas.

As apurações indicam o uso de empresas de fachada, contratos fictícios, notas fiscais supostamente superfaturadas e outros documentos inidôneos. Pelo menos cinco mulheres candidatas pelo partido podem ter sido utilizadas como “laranjas”, segundo as investigações.

Entre os materiais apreendidos, constam notas relativas à produção de mais de 1 milhão de santinhos, 50 mil bottons e 300 adesivos automotivos, todos atribuídos a uma das candidatas sob suspeita de participação no esquema.

A Polícia Federal também identificou que pessoas físicas e jurídicas ligadas às campanhas dessas candidatas receberam mais de R$ 1 milhão em rees do FEFC. Há indícios de lavagem de dinheiro por meio de empresas fantasmas.

A Justiça Eleitoral determinou o afastamento de um dos principais investigados de qualquer função partidária e autorizou o compartilhamento das provas com Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJEs), que podem resultar na cassação de mandatos obtidos pelo partido nas eleições municipais.

Os crimes apurados envolvem organização criminosa, falsidade ideológica eleitoral, uso de documento falso, peculato eleitoral e lavagem de dinheiro. Os investigados têm direito ao contraditório e à ampla defesa.

O Portal G7 foi o primeiro veículo de comunicação a noticiar suspeitas sobre o caso, após analisar documentos públicos disponíveis no site da Justiça Eleitoral. A reportagem motivou representações junto ao Ministério Público Eleitoral e ao Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão, o que resultou na abertura de investigações e ações judiciais.

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