Novo terminal do Cujupe e velhos Ferry Boats
Os ageiros que usam os ferry boats nunca foram respeitados como consumidores

A travessia pela baía de São Marcos via ferry boat de São Luís para Cujupe-Alcântara é a mais perigosa do mundo. Não pelo perigo do mar, mas pela fragilidade e condições de conservação dos ferry boats que estão nas mãos de apenas dois empresários maranhenses que sambam na cara do consumidor há mais de 30 anos. O percurso é de 20 km e seria gasto aproximadamente 1h10min, mas ultimamente o tempo de viagem chega a 2h30min, que deixa ageiros irritados.
Com o novo Terminal do Porto de Cujupe, o sonho seria mais conforto e segurança aos ageiros que fazem a travessia entre São Luís e a Baixada Maranhense. Mas não adianta ter terminal novo e sofisticado, se os ferry boats são velhos e sucateados. As empresas Servi Porto e Internacional Marítima mandam e desmandam na linha, que até hoje nunca teve concorrência.
A obra de reconstrução do novo Terminal do Cujupe, entregue oficialmente na manhã deste sábado (21), pelo governador Flávio Dino, demorou mais de uma década. O serviço foi iniciado pela governadora Roseana Sarney e foi concluída em péssima qualidade pelo atual governador do Maranhão.
Orçada em R$ 13,5 milhões, a obra garante uma nova estrutura para os ageiros aguardarem o horário das viagens, mas para embarque de ageiros, as rampas são as mesmas desde 1988 quando iniciou-se o serviço de transporte via ferry boat. Mesmo ampliando a infraestrutura de um serviço que movimenta, por ano, 1,8 milhão de ageiros e cerca de 330 mil veículos, pouca coisa mudou para o consumidor. As agens são vendidas a lá 1950, não aceitam cartão de crédito em século XXI e as filas de esperas continuam.