Carluxo ataca do vice-presidente ao faxineiro do Planalto
Carlos Bolsonaro agora critica comunicação do Palácio do Planalto: 'Falha há meses'

RIO DE JANEIRO — O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, criticou nesta segunda-feira a comunicação do Palácio do Planalto. Carlos é alinhado com a ala ideológica do Palácio do Planalto, a mesma do ideólogo de direita Olavo de Carvalho, que disputa poder de influência no governo com os militares. Como informou reportagem publicada nesta segunda-feira (29) no GLOBO, o grupo já pede abertamente para que Bolsonaro diminua o poder do ministro Carlos Alberto dos Santos Cruz , da Secretaria de Governo (Segov), à qual a Secretaria de Comunicação (Secom) é subordinada.
“Vejo uma comunicação falha há meses da equipe do Presidente. Tenho literalmente me matado para tentar melhorar, mas como muitos, sou apenas mais um e não pleiteio e nem quero máquina na mão. É notório que perdemos oportunidades impares de reagir e mostrar seu bom trabalho”, escreveu o vereador no Twitter.
Para a ala ideológica do Planalto, Santos Cruz se intromete em muitas áreas do Executivo e não se alinha às pautas mais conservadoras, bandeiras de campanha de Bolsonaro.
A pressão contra o ministro aumentou após Bolsonaro ordenar que um comercial do Banco do Brasil fosse retirado do ar. A propaganda, que explora o tema da diversidade, era estrelada por atores e atrizes brancos e negros, jovens tatuados usando anéis e cabelos compridos. O presidente Bolsonaro afirmou, mesmo após Santos Cruz dizer que as intervenções eram indevidas, que não quer “dinheiro público usado dessa maneira” e argumentou que “a massa quer respeito à família.”
Também ou a pesar contra Santos Cruz o fato de ser o mais alinhado ao vice-presidente Hamilton Mourão. Durante a crise envolvendo o vereador do Rio Carlos Bolsonaro e Mourão, na última semana, ele teria saído em defesa do vice e buscado conciliação.
Uma manobra proposta pela ala ligada a Carlos Bolsonaro defende a redistribuição de atribuições que atualmente estão na Secretaria de Governo, como o Programa de Parceria de Investimento (PPI) e a Secom.
Foi cogitado inclusive que a Comunicação, incluindo o relacionamento com a imprensa e o departamento responsável pelas propagandas institucionais, ficasse ligada diretamente à Presidência. Entretanto, assessores de Bolsonaro o alertaram que não era sensato ter uma execução orçamentária tão próxima dele.
Por O Globo