Após fracasso nas urnas em 2024, Yglésio sonha com candidatura ao Senado 67519
Deputado estadual eleito na base de Flávio Dino terá dificuldades até para se reeleger em 2026 721x30

O deputado estadual Yglésio Moyses parece viver uma crise de identidade política e de protagonismo. Após o fracasso retumbante nas urnas em 2024, onde teve votação de vereador e não conseguiu emplacar seu nome nas disputas municipais, o parlamentar agora sonha alto: quer ser candidato ao Senado em 2026. Mas a realidade é bem mais dura — e ele sabe disso. 24561v
Fontes próximas apontam que Yglésio tem mesmo é negociado uma vaga de primeiro suplente, com a esperança de assumir o cargo caso o titular seja nomeado ministro. A estratégia, ainda que arriscada, seria a única chance concreta de chegar ao Senado, diante das dificuldades que ele enfrenta para conseguir uma legenda e, principalmente, se reeleger deputado estadual.
Na Assembleia Legislativa, o comportamento do parlamentar mudou radicalmente. De um deputado que outrora defendia pautas populares e tinha postura respeitável, ou a adotar um discurso cada vez mais agressivo e oportunista. Ataca deputados de esquerda, ironiza figuras do campo progressista e tenta, a qualquer custo, chamar atenção da mídia com polêmicas vazias, mesmo sendo um homem inteligente e estudioso.
Recentemente, chegou a chamar colegas de oposição de “galinhas”, o que gerou revolta entre parlamentares da esquerda. Em outro episódio, ironizou o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), ao apelidá-lo de “Partido Canibalista do Brasil”. A provocação foi uma reação ao pedido de filiados do PCdoB para que suas declarações contra o ministro do STF, Flávio Dino, fossem encaminhadas à Procuradoria-Geral da República (PGR).
“O canibalismo chegou a essa turma. Querem denunciar um colega por crime de opinião numa tribuna? Esse é o estado de anormalidade que eles desejam. Então, me denunciem à PGR. Não fiquem com essa conversinha aqui para a mesa diretora. Coloquem a de vocês. Sejam homens para isso”, esbravejou Yglésio, que ironicamente afirmou “não gostar de leite, mas amar queijo”.
O discurso mostra o quanto o deputado abandonou qualquer coerência ideológica. De petista “raiz”, defensor de políticas públicas e crítico da direita, virou bolsonarista e olavista por conveniência, após desentendimentos com Ricardo Cappelli e Flávio Dino — que até pouco tempo eram seus aliados.
Yglésio parece trilhar o mesmo caminho de Rogério Cafeteira: depois de defender o indefensável, colheu o desprezo das urnas e encerrou sua trajetória política sem deixar saudades. Caso insista nesse rumo errático, Yglésio corre o risco de virar apenas mais um nome jogado no lixão da política maranhense.
Como diz o velho provérbio: “Língua não é osso, mas quebra caroço”.